Friday, August 02, 2013

Desejos


É um desejo louco, insano, proibido
Recíproco e único, constrangido
Um toque imaginado nos teus lábios
Com a ponta dos meus dedos frágeis
Desmorona minhas convicções
Aperta e congela minhas entranhas
Penso nos teus cabelos
Escorrer meus dedos por teus cabelos
Tirá-los da fronte e escondê-los
Para poder mirar-te, apreciar te
O riso contido, tímido, apaixonado
O calor da sua respiração
Seu cheiro, sua energia
Toma todo meu dia, minha vida
E tudo fica lento, doloroso na sua ausência
Acelerado, vivo, intenso na sua presença
Longe, perto, alegria e dor... AMOR
Só respiro você... IDEALIZAÇÃO

Friday, April 13, 2012

Lei de Morte


Eu não sei porque
Agimos dessa forma
Como se não nos afetassem
Todas essas decisões

O mundo parece alheio a mim
E eu também não me importo com isso
Não me importo por que não aconteceu
Não aconteceu aqui comigo

Hoje eu sei o que é ser triste
Hoje eu sei o que é a morte
É quando algo se torna imutável
É quando nos tornamos inúteis

Eu não consegui entender seu valor
Eu não pude defender você
Eu gostaria de poder voltar no tempo
E te defender com minha vida

Porque agora eu entendi
Que naquele momento eu também morri
Junto a você que não me importava
Hoje minha voz está reprimida

Hoje eu sei o que é ser triste
Hoje eu sei o que é a morte
É quando algo se torna imutável
É quando nos tornamos inúteis

Sunday, April 25, 2010

Como é possível sofrer tanto assim?

Felicidade e sofrimento acaso estão conjugados?

Penso em você, em mim, em nós

E não consigo entender

Porque não consigo me desvencilhar desses pensamentos

...Mesmo sofrendo, só penso em você

Só quero pensar em você

Só quero sofrer por você

Meu céu e meu inferno

No mesmo instante e em momentos diferentes

Mas como posso não te desejar

Se minha felicidade está projetada em você

Se nossos momentos me levam ao paraíso na terra

Mas também ao inferno na mente

Por isso encontrei essa solução

Não penso mais

Apenas vivo

Monday, November 16, 2009

Pouco me importa o existencialismo
De que me serve o idealismo?
Não quero saber quem sou
Nem para onde vou
Só quero saber de ti
Do que não experimentei
Do que não conheci
Estou cansado de apenas sonhar-te
De te conhecer apenas no meu pensamento
Quero beijar-te
Quero despir-te
Quero possuí-la
Suspirar no teu ouvido
Meus desejos recônditos
Desenhar-te com minha língua

Como fugir destas linhas?
Como materializar-te?
Como entender tamanha contradição?
Desejos que se encontraram
Mas quedaram suspensos no ar
Insaciáveis pelo abismo que nos separa
Será que morrerei pensando em tua boca
No sabor dos teus lábios
Na textura da tua língua
Questionamentos que me acompanham
Nessa longa jornada
Vem e vão, com diferente intensidade
Fantasmas que andam errantes
Nos corredores infindáveis
Dos sonhos que nasceram mortos.

CIN

Eu digo Cin para um sonho
Um sonho que se sentava a minha frente
Movia-se como seu eu não existisse
Negava-me ao dar-me suas costas
E eu me afirmava em sua negação
Em meu egoísmo intrínseco
Mirava-a e a aprisionava em meu pensamento
E nesse lugar de liberdade ímpar
Eu a satisfazia a meu bel prazer
E satisfazendo-a eu me satisfazia
Era perfeito porque nos encontrávamos
E nossos atos pareciam premeditados
Casados na ânsia de um mesmo desejo
Minha mão na tua perna
Tua boca no meu mamilo
O ato correto
O melhor momento
Sem nenhuma palavra
Somente atos
Dispensávamos o cerimonial
No meu pensamento
Era como seu eu lesse seu pensamento
E você o meu...

Ah como eu queria viver no meu pensamento!
Mas será que não vivo no meu pensamento?
Quando te tenho nesse momento
Ninguém pode te tirar de mim
E quem poderá dizer que eu verdadeiramente não a tenho?
Para mim, continuas a entrar no anfiteatro
Caminhas em minha direção
Sentas e me vira às costas
E eu te aprisionando no meu pensamento
Eu digo Cin para um sonho
Que não é só um sonho
Que se senta na minha frente
Me liberta e me aprisiona
Nesse mundo do possível
Onde somente eu tenho a chave
Para fazer de ti meu bem querer
Para fazê-la real.

Wednesday, October 07, 2009

Leo e Tel

A vida é feita de poesia
E uma rima me chamou a atenção
Não sei se por esses acasos que não se explicam
Ou se pelo destino que dizem existir
Leo e Tel
Tel e Leo
Leo rima com céu
Tel rima com mel
Mas a melhor rima
Esta a se fazer
Dia a dia ela se mostra
Porque Leo rima com Tel
E Tel rima com Leo
Como não podia deixar de ser

Felicidade Idílica

Minha vida se esvai em horas fátuas
O grande mito se esfacela dia a dia
A “verdade” se é que existe
Vai sendo minada pela mentira
Que como a imagem de Hegel
Aparece em cada curva do labirinto
Nos dizendo que não há para onde ir
Senão trespassando-o
Vivo das pequenas esperanças
Que se convertem nas grandes mentiras
Caminho pelo deserto cotidiano
Sou enganado pelas miragens estupefantes
Pequenos prazeres que se volvem martírios lancinantes
Mas me agarro ao mastro
Rememorando o outrora
Ansiando o que se faz por vir
Me enganando que não haverá consternação
Quando eu novamente pensar
Na felicidade em gestação

Tuesday, December 09, 2008

DIA DE LUTO

Sonhei com você
Antes mesmo de você ser
Te idealizei
De ti falei em vários idiomas
Todos te conheciam
Procurava você em todas
Mas me exercitava em vão
O tempo humano do acaso
Me fez te desencontrar
Te abandonei quando precisou de mim
Meu egoísmo me levou a mim
Aquela que devia te amar
Aquela que devia te proteger
Se voltou contra você
Foi sua algoz
Noite fria aquela
Que trouxe a ceifadeira
Que calou seu sorriso
E te cuspiu no vaso
Em águas turvas
Você se foi
Sem me dizer adeus
Calado para sempre
Sufocado
Envenenado
Afogado

MORTE

Morte
Morte que vem do norte
Devagar
Devagar abraça forte
Abafa
Abafa sonhos de uma vida
Mata
Mata o futuro de possibilidades
Beija
Beija docemente a sua vítima
Maltrata
Maltrata sem piedade os circundantes
Marca
Marca para sempre
Pesarosamente
Pesarosamente se instala para fazer reviver a vida

Thursday, December 04, 2008

Oriente distante

Oriente distante
Povoa minha imaginação
Oriente da felicidade
Oriente da tradição
Ouço uma voz
Quase um suspiro
Envolto em névoas
Minha memória me tortura
Lembrando só da felicidade
Esquecendo Hiroshima e Nagasaki
A textura da destruição
Não apagou teu desvelo
Te vejo do outro lado do mundo
Reconstruída, forte e austera
Bela, tão bela
Porque me cobriste de impropérios?
Te escondestes no esquecimento
Mas te comportas como a vaga
Mesmo sabendo que nunca serás ocupada
Teu pedaço do mosaico se destaca
Tua beleza, as demais opaca
Mas porque me destes incerteza?
Porque me presenteaste amor e ódio?
Foste dúbia em todos momentos
E ainda assim me cativaste
Foste a mais próxima da idealização
Mas tua força foi tamanha
Que rompeste o leme de nossa nau
Despedaçados tomamos caminhos diversos
E por fim nos separamos
Nos distanciamos
Como o Ocidente do Oriente
Tanto faz começar como terminar
A felicidade e a tristeza sempre estão a nos acompanhar
Pode ser no começo e seremos felizes
E seremos tristes
Pode ser no final e seremos tristes
E seremos felizes
Afinal o quê importa?
Se o que importa é ser feliz
Tanto faz começar como terminar
Tanto tempo para se fazer
Tanto tempo para desfazer
O quê?
Tudo!
Nada!