Monday, November 16, 2009

Pouco me importa o existencialismo
De que me serve o idealismo?
Não quero saber quem sou
Nem para onde vou
Só quero saber de ti
Do que não experimentei
Do que não conheci
Estou cansado de apenas sonhar-te
De te conhecer apenas no meu pensamento
Quero beijar-te
Quero despir-te
Quero possuí-la
Suspirar no teu ouvido
Meus desejos recônditos
Desenhar-te com minha língua

Como fugir destas linhas?
Como materializar-te?
Como entender tamanha contradição?
Desejos que se encontraram
Mas quedaram suspensos no ar
Insaciáveis pelo abismo que nos separa
Será que morrerei pensando em tua boca
No sabor dos teus lábios
Na textura da tua língua
Questionamentos que me acompanham
Nessa longa jornada
Vem e vão, com diferente intensidade
Fantasmas que andam errantes
Nos corredores infindáveis
Dos sonhos que nasceram mortos.

CIN

Eu digo Cin para um sonho
Um sonho que se sentava a minha frente
Movia-se como seu eu não existisse
Negava-me ao dar-me suas costas
E eu me afirmava em sua negação
Em meu egoísmo intrínseco
Mirava-a e a aprisionava em meu pensamento
E nesse lugar de liberdade ímpar
Eu a satisfazia a meu bel prazer
E satisfazendo-a eu me satisfazia
Era perfeito porque nos encontrávamos
E nossos atos pareciam premeditados
Casados na ânsia de um mesmo desejo
Minha mão na tua perna
Tua boca no meu mamilo
O ato correto
O melhor momento
Sem nenhuma palavra
Somente atos
Dispensávamos o cerimonial
No meu pensamento
Era como seu eu lesse seu pensamento
E você o meu...

Ah como eu queria viver no meu pensamento!
Mas será que não vivo no meu pensamento?
Quando te tenho nesse momento
Ninguém pode te tirar de mim
E quem poderá dizer que eu verdadeiramente não a tenho?
Para mim, continuas a entrar no anfiteatro
Caminhas em minha direção
Sentas e me vira às costas
E eu te aprisionando no meu pensamento
Eu digo Cin para um sonho
Que não é só um sonho
Que se senta na minha frente
Me liberta e me aprisiona
Nesse mundo do possível
Onde somente eu tenho a chave
Para fazer de ti meu bem querer
Para fazê-la real.