Ela passou como quem queria passar
Mas no fundo ela sempre quis ficar
Olhava para todos, com aquele olhar
Que somente quem olhou para aqueles olhos
Entende o que eu quero falar
Emanava alegria
Mesmo quando desvanecia
E com tamanha euforia
Que foi primeiro que todos
Para não ver que nenhum dos seus morria
Era feliz na simplicidade
Não gostava de ostentação
Só queria todos em sua casa
E todos lhe dando atenção
Fazia comida com amor
Temperava o frango com dedicação
Fritava pro seu velhinho
E para nós fazia o seu molhinho
Sempre tão gostosinho
Numa receita que levou com ela
Uma mulher que amava ser amada
E que sempre exigia dedicação
Mais eis que uma vil enfermidade
Lhe enfraqueceu no físico
E chegou ao mais íntimo do coração
Um lutador
Em seu âmago enfraquecido
Deixou de bater a contragosto
Já que por nós lutava
E não se dava por vencido
Ela partiu numa manhã de sol
Porque não gostava de chuva
E hoje descansa à sombra de uma árvore
Como quem dorme no sono dos justos
Mas deixou-se ficar
Porque não queria ir
No falar de um louro
Na caduquês de meu avô
Em todos os espaços da velha casa
E nos corações dos que não a deixam ir
Friday, May 18, 2007
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